O aprendizado na carne, por mais largo e benéfico se apresente, tem data marcada para sua conclusão.
O roteiro, de longa distância, a ser conquistado palmo a palmo, tem o seu ponto terminal.
O discurso, eloqüente e abrasador, por mais significativo, tem a sua última palavra.
O dever, mesmo quando de sabor eterno, apresenta-se em expressões transitórias que se interrompem, abrindo espaços para novas imposições.
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No corpo tudo é transitório.
A vida física, por isso mesmo, é uma etapa muito breve da realidade do ser imortal.
Utilizá-la como sabedoria, amealhando recursos de luz, deve constituir a ação contínua do homem inteligente.
Enquanto o insensato se compromete, arregimentando as forças negativas, que terminam por consumi-lo, o homem esclarecido no Evangelho usa o recurso da sabedoria para colecionar as moedas da paz, armazenando-as nos cofres do dever.
Indispensável, portanto, viver pensando na vida transcendente.
Caminhar aguardando o dia perene.
Servir em termos de libertação íntima.
Nunca dissociar das empresas terrenas a circunstância da desencarnação.
O apego, em forma de imantação, a ansiedade pelo dia de amanhã como maneira de volúpia, o gozo, na condição de perenidade, devem ceder lugar ao amor amplo e irrestrito, libertador e abençoado, sem angústia pelo que passou, sem tormento pelo que vai chegar, numa vinculação perfeita às alegrias plenas do próprio transcendente prazer fruído.
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Espíritos errantes, na busca do equilíbrio, os que estão na Terra, na vestidura carnal, encontram-se em depuração e os que abandonamos as células orgânicas, estamos em conquista de outros valores, para um dia podermos desfrutar de todas as concessões que ainda nos não são lícitas fruir.
Arma-te de amor, semeando sóis pelo caminho em sombras.
Desdobra a ternura, enlaçando os que sofrem, em liames de verdadeira fraternidade para o próprio bem e o de todos os outros.
Liberta, libertando-te; aquinhoa-os, brindando-te paz e desarmando-te dos instrumentos belicosos do egoísmo, da violência e da rebeldia contumaz.
Do dia e da hora da viagem ninguém sabe, disse Jesus, "só o Pai".
Vive, valorizando cada momento, como se ele fosse o terminal da romagem encetada, cujo compromisso no corpo tem um ponto final.
Joanna de Ângelis
Divaldo P. Franco
Livro: Alegria de Viver
Extraído do site: http://www.vivendoemsintonia.com/2010/03/momento-inesperado.html<>
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