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"... O amor é a religião que vai transformar o mundo... o querer bem... o querer o bem do outro..." - Padre Fábio de Melo

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

NATAL SEGUNDO O ESPIRITISMO

Natal segundo o Espiritismo


Demétrio Pavél Bastos



Retornando o pensamento aos dias de criança, que já se colocam algo distantes, revejo as cenas dos natais que meus queridos pais me ofereceram: o necessário presépio, a árvore com os presentes e o indispensável Papai Noel... Eram expressões de seu amor para comigo; e como se esmeravam para que nenhum colorido faltasse ao mundo de fantasias de minha infância ! A proporção que o peso dos anos me vai vergando os ombros, mais e mais admiro o quanto representaram para mim.


Eles nunca esperavam gestos meus, ou palavras, de reconhecimento, pelo bem que me faziam; a recompensa de quem ama é a felicidade—e não a gratidão - dos entes queridos. Mesmo assim, rudemente intelectualizado, uma espécie de remorso me sobe à garganta, a se expressar nos olhos úmidos. A sabedoria dos pais consiste na paciência da espera de que o fruto-filho amadureça e compreenda, de forma tal que a paternidade termina por ser um prêmio por antecipação que o Pai Maior outorga a cada ser-filho, a exercitá-lo para tarefas de maior envergadura.


Mais tarde, espírita já, meus filhos não conheceram nem o presépio, nem a árvore de Natal, nem o velhinho Noel; só os presentes e as guloseimas persistiram. Em compensação, subiam morro acima comigo, juntamente com a "Mocidade Espírita João de Deus", a distribuir com "os menos afortunados da sorte", como se diz, um pouco do que nos sobrava... Aquela magia que minha infância conheceu, eles não viveram; forjavam-se noutra têmpera, de acordo com os talentos que recebi. Te-los-ei plantado bem ?




E, no escoar dos anos que se sucedem, vou acompanhando, de um lado, a progressiva massificação do conceito de que festejar o Natal é dar presentes (geralmente inúteis), é fazer festas; por outro lado, no seio do Movimento Espírita, a prudente e natural implantação de um Natal à moda espírita, num fatal aprimoramento do que reza a tradição, se vem firmando.


25 de dezembro é um pretexto mais do que bom para se reconciliarem irmãos; para se reexaminarem projetos que visem crescimento espiritual; para se vibrar intensamente a luz do Amor Universal; para se programar um Natal-Permanente.


Exemplifiquem os pais para os filhos que Natal não é dia de se cumprirem obrigações sociais, mas data convencionada para uma tomada de posição, rumo à vivência de 365 dias por ano, dos postulados da Doutrina Espírita e da sabedoria do Evangelho de JESUS!


Ajudemos a se consolidar O NATAL, SEGUNDO O ESPIRITISMO!


(REFLEXÕES DE NATAL - Demétrio Pavél Bastos)


Fonte:
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/natal/natal-segundo-o-espiritismo.html

domingo, 5 de dezembro de 2010

RESGUARDA-TE EM PAZ



Resguarda-te em Paz

Autor: Joanna de Ângelis (espírito) / psicografia de Divaldo Franco


"Não te permeies com os fluidos deletérios dos enfermos psíquicos, ingratos e perniciosos, que vivem contigo e te buscam perturbar.

Tem-nos na conta em que se encontram e exercita paciência para com eles.

Não te aflijas face às acusações insensatas e despeitadas que outros te fazem, ante a impossibilidade de alcançarem-te e caminharem ao teu lado.

A tua vitória não pode ser perturbada pelas insignificâncias do caminho.

Não revides as agressões mentais com que investem contra ti.

Permanece em calma e amortece o dardo que dispararam, fazendo-o desagregar-se ao atingir o algodão da tua sensibilidade.

Não reivindiques compreensão nunca.

Quem alcança as alturas vê melhor e tem o dever de desculpar aqueles que ainda estão no vale em sombras.

A tua paz é de relevância, e para mantê-la investe os teus valores mais altos.

Paz é conquista interior.

Paz é iluminação interna.

Paz é presença divina no indivíduo.

Resguarda-te, pois, em paz e deixa o tempo transcorrer, porquanto ele conseguirá fazer amanhã o que hoje te parece impossível conseguir.

Jesus, na montanha das Bem-aventuranças, ou no Getsémani, ou no Gólgota, manteve a mesma paz, em razão da certeza de saber que Deus estava com Ele, e, por conseqüência, Ele estava com Deus.

Paz é Deus na mente e no coração."

terça-feira, 30 de novembro de 2010

SEJA COMPREENSIVO

Não se esqueça de usar a bondade em circunstância nenhuma da sua vida.

Vença a violência, antes que ela o deixe vencido.

Sorria ante o ofensor e esqueça-lhe a ofensa.

Revidar mal por mal, a pretexto de ser verdadeiro, é aprimorar a maldade que predomina na sua natureza, fazendo-o mais infeliz.

Recorra à oração e confie no tempo, quando as coisas se apresentarem diferentes do que você espera.

Infeliz, realmente, é todo aquele que acredite ser hoje o tempo único, buscando resolver agora, o que só mais tarde será solucionado naturalmente.

Não duvide da justiça divina, apenas porque não a consegue entender, na precipitação dos seus raciocínios apaixonados.

Você não é o único que tem problemas no mundo.

O maior problema da atualidade é o homem em si mesmo, e somente quanto este se volte para os valores mais altos da vida se equacionará.

Não transfira, portanto, para os outros, a responsabilidade do que lhe sucede de errado ou desagradável.

Você é filho de Deus, e, como afirmou Jesus, nenhuma das criaturas que o Pai Lhe confiou Ele deixaria perder-se.

Acalme-se e avance com a luz da consciência tranqüila, sem intentar fazer da sua claridade uma chama pronta a arder em volta, provocando devastação.

Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco

FALA EM PAZ

Justo lembrar: a voz humana está carregada de vibrações.

Esforça-te por evitar os gritos intempestivos e inoportunos.

Uma exclamação tonitroante equivale a uma pedrada mental.

Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faze-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.

Os nervos dos outros são iguais aos teus: desequilibram-se facilmente.

Discussão sem proveito é desperdício de forças.

Não te digas sofrendo esgotamento e fadiga para poder lançar frases tempestuosas e ofensivas; aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.

Se te sentes à beira da irritação, estás doente e o doente exige remédio.

Barulho verbal apenas complica.

Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro.

Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

domingo, 21 de novembro de 2010

ARAI E SEMEAI



Autor: Bezerra de Menezes



Meus Filhos,

Que Jesus nos abençoe!

Antes que o Senhor ascendesse, estávamos reunidos com aqueles que leriam nas palavras de João, o futuro evangelista, a mensagem de libertação e de eternidade.

Naquele entardecer, rico de perfumes e de bênçãos, o Mestre inolvidável aparece e, distendendo os braços para afagar, aproxima aqueles quinhentos da Galiléia, no seu afável e dúlcido coração e diz-lhes:

— Ide, como as ovelhas mansas no meio de lobos rapaces. Ide e pregai, pois que vos dou o poder de libertar as criaturas dos sofrimentos... Eu vos dou a força para pisar a serpente do mal, sem que ela vos possa picar. Eu vos ofereço o meu coração, para que o apresenteis ao mundo. Não temais a ninguém, especialmente aqueles que somente vencem o corpo e não vos podem atingir a alma.

..E quando ascendeu em uma nuvem luminosa, aqueles que ali estavam, homens e mulheres, criancinhas e venerandos anciãos, saíram para levar a sua mensagem de liberdade aos quatro pontos do mundo.

Ide, também vós outros, novos quinhentos da Galiléia, que renasceis da memória dos tempos, depois de naufrágios dolorosos e de prejuízos incalculáveis para a economia das vossas almas. Ide, e semeai a Era do amor. Não vos perturbeis com o mundo, com as suas facécias, nem temais as suas tenazes vigorosas e ameaçadoras. Aquele amoroso e meigo Rabi prossegue convosco e conosco, conduzindo-nos ao porto de segurança para onde rumam.

É verdade que o corpo físico é um desafio, a própria luta ante os recentes progressos constituí um desafio impostergável.

Cantai, exultantes de alegria, porque fostes chamados e estais sendo selecionados para os misteres mais delicados e graves da construção do reino de Deus. Se, por acaso, aninhar-se a dor em vossos sentimentos, bendizei-a. E nesse colóquio entre a alma que chora e a dor que deve estar cravada, dizei: bendita sejas, por te apresentares como espinho nas carnes da minha alma, impedindo-lhe tropeços mais dolorosos e mais perturbadores.

Se a incompreensão testar as vossas resistências eis que soa a oportunidade da tolerância e o momento da paciência, a fim de ser conquistado o contendor. E, em qualquer circunstancia amai. O amor é a força ciclópica que modela o Universo exteriorizado pelo Pai Criador. Com os sentimentos de amor, de bondade, guiados pela lógica de bronze da Doutrina Espírita, podereis dirigir os passos no rumo do Bem, com segurança, quando tudo aparentemente estiver contra vós.

Não temos outra alternativa, nem conhecemos outra diretriz que não sejam aquelas que estão expressas na palavra do Senhor: "Fazei todo o bem que vos esteja ao alcance. Amai os vossos inimigos, aos vossos perseguidores, servindo sempre", porque as mãos que obram nas trilhas da imortalidade estão colocando os alicerces da era do amor universal em nosso planeta, que está transitando para mundo de regeneração. Nunca estareis a sós. Vossos Guias, protetores e os anjos tutelares da lide espírita, em nome do Espírito de Verdade, estarão sempre convosco.

Ide , filhos da alma, em paz, em retorno ao vosso campo de trabalho e arai, semeai, vigiai as plântulas, defendei-as até que possam, como árvores frondosas e frutíferas, albergar a sociedade cansada, desiludida e necessitada de paz, de pão e de amor.

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, meus filhos.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra

Psicografia de Divaldo Franco em 13 de fevereiro de 2002 na FEB.


PACIÊNCIA E AÇÃO



...abracemos o caminho que o Mestre nos aponta, embora, muitas vezes, sentindo os ombros agoniados, sob a cruz das responsabilidades crescentes.

Não vacilemos, porém.

Associando paciência e ação, brandura e energia – e às vezes mais energia na brandura – sigamos à frente, convencidos de que o Senhor não nos desampara.

Recordemo-lo, sozinho e desfalecente, mas sereno e valoroso e prossigamos, de consciência erguida na paz do dever cumprido.

Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Bezerra, Chico e Você

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

NÃO SE ILUDA





Não se iluda

Autor: Orson Peter Carrara


Passe é terapia de superfície, alívio momentâneo e até duradouro, mas não definitivo. Não atinge as causas, embora em muitos casos de fé positiva e merecimento consiga operar curas de enfermidades graves.

A causa de nossas perturbações reside em nós mesmos, nas inferioridades morais que todos temos. Por isso, muito mais importante que o passe é o esforço por esclarecer-se. Esclarecidos, seremos defensores pessoais de nós mesmos. Saberemos defender a própria saúde, física e espiritual.

As perturbações de ordem espiritual, a influência de espíritos ou sua presença incômoda é de nossa própria responsabilidade. Somos nós que lhes permitimos se aproximarem de nós. Quando sentimos ódio, revolta, inconformação, inveja, ciúme ou outros sentimentos mesquinhos, verdadeiramente escancaramos nossas defesas espirituais e os espíritos infelizes encontram livre acesso para nos perturbar.

Conclui-se em breve raciocínio que NÃO ADIANTA viver recebendo passe e NÃO MELHORAR o comportamento. E isto se compreende de maneira muito ampla quando se estuda. Nossa preferência deve ser de procurar antes reuniões de estudos, palestras, estudo dos livros, para conhecer com profundidade as causas das enfermidades, das perturbações.

É comum encontrar-se o Centro cheio em dia de passe. Reduzido, porém, em dia de estudos ou nas palestras doutrinárias. Ora, isto é um equívoco tremendo. Valoriza-se demasiadamente a tarefa do passe, em detrimento do que o Espiritismo possui de mais belo - o seu conteúdo doutrinário. Este sim precisa receber prioridade dos dirigentes espíritas para levá-lo ao conhecimento do público e também receber nossa preferência, quando freqüentadores dos Centros.

O estudo espírita é altamente terapêutico, preventivo. Abre a mente, esclarece o raciocínio. Mas, aqui também, não se iluda. O estudo requer perseverança, continuidade, interesse... A Doutrina possui material de estudo e reflexão para a vida toda.

O passe é importante? Claro que sim! Muito importante. Mas é tarefa e recurso secundário. Somente o estudo ensina a pessoa a auto defender-se. Conhecera Doutrina Espírita deve ser nossa meta. Ela não veio para ficar nas estantes. Veio para ser conhecida, ajudar o homem. Desprezá-la demonstra desconhecimento da grave responsabilidade de que estamos investidos e também total desconsideração ao público que pretensamente julgamos atender.

domingo, 7 de novembro de 2010

A MORTE DÓI?


A morte dói?

Autor: Orson Peter Carrara


Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que continue vivendo conosco. Mas, a morte é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos...

E muitos perguntam, talvez temerosos do momento em que também enfrentarão a circunstância e acerto de contas com D. Morte: ela dói? O que ensinam os espíritos a respeito?

Em O Livro dos Espíritos, há um capítulo inteiro sobre o assunto: é o III, do livro segundo, com o título Retorno da vida corpórea à vida espiritual. As questões 149 a 165 esclarecem o assunto. Para não ficarmos em simples transcrição das respostas dadas pelos espíritos, fizemos breve resumo de forma didática para melhor entendimento do assunto. Mas remetemos o leitor à pesquisa direta às questões citadas.

No instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de origem;

Uma vez no chamado outro mundo, conserva plenamente sua individualidade;

A separação da alma e do corpo não é dolorosa. O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte;

A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo;

A sensação que se experimenta no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos depende do que fizeram em vida. Se foram bons, sentirão enorme alegria. Se foram maus, sentirão vergonha;

Normalmente reencontra aqueles que partiram antes, se já não reencarnaram;
A consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um;

Compreender antes o assunto exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência.

Indicamos ainda ao leitor, estudar o livro O Céu e o Inferno, também de Allan Kardec, onde há diversas descrições do momento da morte e do pós-morte, de espíritos nas mais variadas condições evolutivas. O livro Depois da Morte, de Léon Denis e Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz/Chico Xavier também trazem muitas explicações sobre o interessante tema. Há, também, uma série enumerável de livros de mensagens enviadas por desencarnados aos ente-queridos que ficaram. Entre eles, o famoso Jovens no além, de 1975, recebido por Chico Xavier. O filme Joelma 23º andar, baseado no incêndio ocorrido em São Paulo, mostra bem a questão da continuidade da vida.

Não tema a morte. Ela faz parte do processo evolutivo. Viva de maneira prudente, faça o bem que puder e quando soar seu momento, vá sem medo. Mas nunca a busque ou a precipite. Tudo tem seu momento na vida e todos temos algo a fazer num tempo programado. Para aqueles que foram antes, guarde a convicção de breve reencontro e ore pela felicidade deles. Eles receberão a mensagem de seu coração.



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PARA QUE SOMOS IMORTAIS


Para que somos imortais

Autor: Amílcar Del Chiaro Filho


Já nos perguntaram: o que o Espiritismo fez de bom para a humanidade? A nossa resposta foi simples. Perguntamos, por nossa vez, se a pessoa disporia de tempo para ouvir o relato que tínhamos a fazer. Ela disse que não, por isso queria um resumo do que pretendíamos dizer. Começamos falando das consolações extraordinárias aos sofredores, aos quem perdem um ente querido, para depois falar da imortalidade.

Dissemos, então: o Espiritismo veio trazer a imortalidade ao homem. Nosso amigo protestou dizendo que todas as religiões pregam a imortalidade, ao que respondemos: a Doutrina Espírita não prega, ela prova que somos imortais, e mais ainda, para que somos imortais, porque isso faz toda a diferença.

Ser imortal para sofrer os tormentos do inferno ou os gozar no paraíso, às vezes, separados dos que amamos, é irracional. O Espiritismo demonstra a imortalidade racional, dinâmica. Somos imortais para crescer, evoluir, alcançar a perfeição, e isto será conseguido através das reencarnações.

Nosso amigo argumentou: ora, a reencarnação não é para pagar as dívidas, os pecados?

Não! Embora seja também para isso, a sua finalidade primeira é o aperfeiçoamento do ser. Deus criou-nos simples e ignorantes, mas propensos a aprender o bem e o mal. Através da extraordinária jornada "palingenésica", ou seja, das reencarnações, partimos deste ponto e miramos o alvo que é a perfeição. Nada prova melhor a imortalidade do que duas coisas, as comunicações dos espíritos dos homens que viveram na Terra, e a reencarnação.

O Espiritismo foi o primeiro a penetrar nesse mundo coberto pelo pano negro do luto, e vedado pelos mistérios das religiões oficiais. Por meio da mediunidade, que é um instrumento tão importante quanto o telescópio é para a astronomia e o microscópio para a medicina, os pesquisadores, a começar por Allan Kardec, adentraram esse mundo invisível, conversaram com os seus habitantes e construíram uma ponte por onde podemos passar para lá, e os espíritos podem vir até nós e comunicarem-se por meios físicos ou inteligentes.

É grande a quantidade de espíritos desconhecidos que não podem provar quem foram, quando viveram na Terra e o que fizeram. Contudo é inumerável a quantidade dos que provaram as suas existências como seres encarnados, com detalhes íntimos irrecusáveis.

Quanto à reencarnação, ela é provada cientificamente, com as investigações de cientistas renomados, como De Rochas, no final do século XIX, Banerjí, Ian Stevenson , Puarick e aqui no Brasi, Hernani Guimarães Andrade. Confirmam eles que a reencarnação está em plena harmonia com as leis da natureza.

Filosoficamente o Espiritismo é que tem as respostas para as perguntas: quem somos? Por que e para que estamos na Terra? De onde viemos? Para onde vamos? Como harmonizar liberdade com responsabilidade?

Moralmente, ou religiosamente, só a reencarnação explica a dor, a infelicidade, o sofrimento, as injustiças, as desigualdades e os males que afligem a humanidade. Por tanto é o Espiritismo que pode impulsionar a reforma moral dos indivíduos, e a transformação social da humanidade.

Nosso amigo disse, basta, porque se não, começarei a me perguntar: por que não sou espírita?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

SOBRE O PERDÃO



Sobre o Perdão

Autor: José Argemiro da Silveira


Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados". (Mateus, VI: 14-15)

De 14 a 16 de janeiro/2000 foi realizado, em São Paulo, um seminário com Divaldo Pereira Franco, sobre o perdão. Registramos aqui algumas das reflexões sobre o importante tema, como foram colocadas no aludido evento:

O perdão na visão da Psicologia profunda é dar o direito de cada um ser como é. E também a nós o direito de sermos como somos. Se o próximo é assim, não nos cabe modificá-lo, mas se estou assim, tenho dever de modificar-me para melhor. Não posso impor-me ao outro, porque minhas palavras serão apenas propostas. Eu que estou desejando ser feliz tenho a psicologia da minha autotransformação. E nunca devolverei mal por mal; procurarei sempre retribuir o mal com o bem. Se o outro é um caluniador, não posso me permitir ser igual a ele. Toda vez que fico com raiva a pessoa está me manipulando, e eu não deixo ninguém me manipular. Não posso permitir que um desequilibrado me oriente. Sou eu a pessoa saudável; não devo dar a ele a importância que se atribui. Devo olhá-lo como um terapeuta olha um doente. Se tenho uma visão diferente da vida, e se desejo transmitir esta visão, é nobre; mas não posso esperar que o outro a acate, porque ele está em outro nível de evolução. Devo dar o direito ao outro de ser inferior, se isto lhe agrade. Se achamos que ele nos ofendeu, a nossa é uma situação simpática. Se ele nos caluniou, tanto eu como ele sabemos que é mentira dele. Se nos traiu, somos a vítima e ele sabe que é nosso algoz. Então o problema é da consciência dele. Não devemos cultivar animosidade, e sim perdoar. Não ficarmos manipulados, dominados pelo ódio, odiando também.

Esquecer é outra coisa. Na luz da Psicologia profunda o perdão não tem nada a ver com o esquecimento. Na visão espiritualista o perdão é o total esquecimento. São dois pontos diferentes. Não devolver o mal depende de mim; esquecer depende da minha memória. Muita coisa eu queria esquecer e simplesmente não esqueço. Se dou um golpe num móvel e causou uma lesão nos tecidos da mão, essa lesão só vai desaparecer com o tempo, quando o organismo se recompor. Eu posso reconhecer que não devia ter feito, mas esse reconhecimento não tira o dano que causei. À luz da Psicologia profunda, o perdão é exatamente não devolver o mal. Tenha a raiva, mas não a conserve que faz muito mal. Á predominância da natureza animal, sobre a espiritual, questão 742 do Livro dos Espíritos. Sentimos o impacto e não temos como evitar a raiva, é fisiológico, reagimos no momento. Mas conservar a mágoa é da minha vontade. Se eu conservar a mágoa tenho um transtorno psicológico, sou masoquista, gosto de sofrer. É tão maravilhoso quando a gente ouve: Coitado! E aí fica pior. O outro vai embora e a gente fica aquele depósito de lixo, intoxicando-se. O racional é nos libertarmos de tudo que nos perturba. Somos seres inteligentes e possuímos os mecanismos de libertação.

Geralmente dizemos: Mas ele não devia ter feito isto comigo. Mas fez, o problema é dele. Quem rouba, quem furta é que é o ladrão. Já está encarcerado na consciência culpada. A visão psicológica do perdão é diferente da visão espiritualista do perdão. Como seres emocionais sentimos o impacto da agressão, mas não devemos nos revoltarmos, e trabalhemos para esquecer.

A medida que formos trabalhando, a mágoa, a ofensa, vai perdendo o significado. A medida que vamos descobrindo nossos valores, ela vai desaparecendo. Quando estamos de bom humor, ouvimos até desaforo e dizemos: "Sabe que você tem razão?" Quando levantamos de mau humor, só de a pessoa nos olhar, perguntamos: "Qual é o caso?" Não é o ato em si; é conforme nós recebemos o ato." Divaldo conta o caso de alguém que, na festa de aniversário, recebeu de uma pessoa que não gostava dela, como presente, um vaso de porcelana, com um bilhete: "Recebe o meu presente, e dentro dele o que você merece". Dentro dele havia dejetos humanos. No aniversário da pessoa que havia enviado tal "presente", o nosso personagem lhe enviou o mesmo vaso, com os dizeres: "Estou devolvendo o vasilhame. O seu conteúdo coloquei num pé de roseira, e estou lhe enviando as rosas que saíram dali". É um ato de perdão, devolver em luz o que se recebe em trevas.

O esquecimento somente vem quando a memória se encarrega de diluir a impressão negativa, o que demanda tempo, reflexão e auto-superação.

Perdão não é conivência com a coisa errada. Quando uma pessoa me agride, eu não estou de acordo com ele; simplesmente não estou contra ele. Se meu filho age erradamente, está aturdido emocionalmente, é ingrato, faz tudo quando me desagrada como se fosse de propósito, eu não estou de acordo, é lógico. Mas eu não posso ficar contra ele. Porque mais do que nunca ele precisa de mim; ele está doente. Não é normal, isto é, não é saudável uma atitude assim. Mas então eu tenho o direito de me sacrificar? Sim, se aceitou a maternidade, a paternidade, não há condição difícil. Ser co-criador é ser co-participador. Será que Deus nos abandona toda vez que somos ingratos para com ele? que blasfemamos, que fazemos tudo quanto não devemos? Então o perdão não é conivência com a coisa errada. Não é uma atitude para fingir que tudo está bem. Alguém nos prejudica e nos pede desculpa. Respondemos: "Ok! mas ele me paga". É melhor enfrentar a realidade. Quando alguém nos disser "me desculpe", responderemos "Não posso. Hoje, eu não posso. Estou muito magoado". A gente diz: "eu te perdôo!" e no outro dia amanhece com dor de cabeça, porque não digeriu. O que devemos é não devolver o mal que nos foi feito. A pessoa nos diz uma palavra grave, e nós conseguimos segurar. Aí ela diz "você me desculpe, eu não tive a intenção... Você vai perdoar?" — Estou pensando. — Mas então não perdoa? você não é espírita? sou espírita, mas, agora, não tenho condição de perdoar, agora me dê licença... Geralmente, dizemos: "Perdôo de todo o meu coração"; perdoa, mas com ele nunca mais. E ainda pensamos: "Quem me fizer, faça bem feito, porque não vai ter outra oportunidade". Entretanto, o meu problema não é com ele, é comigo. Seja gentil com você. Se eu me permito viver magoado, ressentido, sofrendo, como vou amar o outro? Eu mereço ter uma vida melhor. Ao chegar ao escritório: "Bom dia!", o outro responde: "não vejo porque seja tão bom assim". Não nos ofendermos com isso; se ele está de mau humor é problema dele, A doença do mau humor requer tratamento psiquiátrico.

Seja gentil com você. Ame-se. Não permita que ninguém torne sua vida insuportável, nem para você, nem para os outros.

Divaldo conta o caso da pessoa que foi visitar um hospital de doentes mentais e lhe chamou a atenção, o psiquiatra. Noventa por cento dos agitados passavam perto do psiquiatra, uns diziam: Dr. já estou curado; ele respondia: Ok!; outros falavam absurdos, e ele ouvia, silenciava, ou concordava, e continuava a caminhada. No final, o visitante perguntou o por que da atitude dele, ao que respondeu: Eu sou saudável, não posso me atingir com o que dizem ou fazem, pois são doentes... E aí podemos perguntar: Será que a Terra não é um grande hospital?...

A pessoa saudável não faz o mal conscientemente a ninguém. Mas quando está de mal consigo, agride o outro. Então seja gentil com você; seja honesto; está com raiva, admita. Estou magoado, etc. Reprimir esses ressentimentos vai ficar lhe prejudicando. Digira sua raiva; digira o ressentimento. Não os mantenha. Necessário deixar cicatrizar; às vezes fica uma cicatriz e é necessário uma cirurgia.

Devemos nos empenhar em descobrir os nossos pontos vulneráveis. E Divaldo narra uma experiência pessoal. "Depois de anos de auto-análise, descobriu alguns pontos vulneráveis e começou a trabalhar esses pontos. Notou que atendendo o público, às vezes ficava irritado. E descobriu que o ponto vulnerável era o cansaço. Quando ia ficando cansado perdia um pouco a lucidez. O autógrafo é a oportunidade de ter um contacto com as pessoas. Alguns são tímidos, não chegam para conversar, pensam que vai incomodar. Mas o atendimento às vezes é prolongado. Começa 18h30 e vai até 1h30, 2h da manhã ainda está em pé. Quando a fila estava grande, ficava ansioso. Fez sua autoterapia: Está ali porque quer; faz porque gosta. Certo dia, uma senhora, o anjo bom, lhe disse: "Pelo menos me olhe". O sangue subiu, voltou. — Muito obrigado, porque a senhora acaba de me ajudar. "Como me fez bem. Descobri o ponto vulnerável".

Devemos dar o direito de a pessoa ser agressiva, mas não nos dar o direito de revidar a agressão. A raiva é semelhante a uma labareda, ou um raio. Pode provocar danos incalculáveis. É inesperada. O rancor é calculado. É necessário que aprendamos a colocar um para-raio e evitemos os tóxicos do rancor. Porque esse rancor nos dá prazer. Observamos mesmo entre os companheiros espíritas. Quando alguém que não lhe é simpático sofre algum dano, algum sofrimento, a pessoa diz: "Ah! já esperava. Quando não faço, Deus faz por mim". Deus é pai dele; do outro só é padrasto.

Não tenha prazer na infelicidade de alguém. Se devemos ter compaixão de quem sofre, devemos sentir prazer com a felicidade dos outros. Por seu intermédio, Bezerra de Menezes fez uma prece em que pede em favor dos que fazem os outros sofrerem. Geralmente pedimos pelos que sofrem, mas os que fazem sofrer estão em situação pior. Geralmente, quando alguém progride nós temos inveja. Deus sabe como ele conseguiu tal coisa. Devemos alegrar-nos com o triunfo dos outros. É uma forma de perdoar a vida, por não nos haver dado aquilo que outro recebeu. Saúde, sucesso financeiro, são responsabilidades, provações.

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)

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